
ESPIRITUALIDADE
O conceito de espiritualidade foi utilizado apenas a partir do século XIX, sendo considerado por muitos
pesquisadores um termo moderno. Termo este, conforme Koenig et al. (2012), expressa a aproximação do sagrado ou transcendental através da busca pessoal de compreensão das questões da vida, que pode não necessariamente estar vinculada a uma determinada religião.
Segundo Giovanetti, (2005, p.136), a espiritualidade, trata-se de uma dimensão que está diretamente relacionada
com a forma como o humano doa sentido à realidade. Ela “não implica nenhuma ligação com uma realidade superior”, mas está diretamente relacionada com a capacidade do ser humano de se auto transcender, de enfrentar o sofrimento e a dor, criar valores e encontrar significado e sentido para as diversas situações da existência.
Em relação ao impacto da espiritualidade na saúde física, segundo Guimarães e Avezum (2007), concluíram, em
uma revisão de literatura, que a espiritualidade se mostrou um fator protetor na prevenção de doenças e na taxa de morbidade e mortalidade. Porém, finalizam o estudo ressaltando que se faz necessário maior aplicação da medicina baseada em evidências no respaldo de estudos maiores para que se comprove definitivamente os efeitos da intervenção espiritual, fazendo com que ela se torne prática clínica.
E quando abordamos a saúde mental, diversas organizações profissionais reconhecem a importância da atenção
ao cuidado espiritual do paciente associado aos cuidados de saúde, e que esta prática deveria ser integralizada na prática clínica de saúde mental (MOREIRA-ALMEIDA, KOENIG, & LUCCHETTI, 2014 apud NEGRO-DELLACQUA, 2019.). A literatura mostra que a vivência da espiritualidade é suporte terapêutico para a saúde mental. Quanto maior o nível de envolvimento na religiosidade e na espiritualidade, maior a associação positiva com indicadores de bem-estar psicológico, satisfação com a vida, com o sentimento de felicidade, com melhor saúde física e mental além de afeto positivo e moral elevado. Comumente é relatado que a manifestação da espiritualidade ocorre nos templos religiosos, assim, a prática religiosa estaria aliada à saúde espiritual influenciando no bem-estar da saúde mental (SALIMENA ET AL., 2016 apud NEGRO-DELLACQUA, 2019.).
Autora: Yana Paula Almeida Monteiro Chaves
REFERÊCIAS:
1. GIOVANETTI, J. P. Psicologia e espiritualidade. In: AMATUZZI, Mauro Martins (org.) Psicologia e espiritualidade. São Paulo: Paulus, 2005. p. 129-145.
2. GUIMARAES, H. P. e AVEZUM, A. O impacto da espiritualidade na saúde física. Rev. Psiquiatr. clin., São Paulo, v. 34, supl.1, p.88-94, 2007.
3. KOENIG H. G.; KING D. e CARSON, V. B. Handbook of Religion and Health. New York: Oxford University Press; 2012.
4. MOREIRA-ALMEIDA, A., KOENIG, H. G., e LUCCHETTI, G. Clinical implications of spirituality to mental health: Review of evidence and practical guidelines. Revista Brasileira de Psiquiatria, 36(2), 176–182, 2014.
5. NEGRO-DELLACQUA, M.; SÁ-JUNIOR, A. R. de; SOUSA, I. F. de; LIMA, K. de M. Panorama on spirituality and health: what scientific literature has pointed out about the topic in the last 5 years?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 8, n. 7, p. e10871103, Jun 2019. DOI: 10.33448/rsd-v8i7.1103. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/1103. Acesso em: 12 jan. 2021.
6. SALIMENA, A. M. de O., FERRUGINI, R. R. B., MELO, M. C. S. C. de, e AMORIM, T. V. Compreensão da espiritualidade para os portadores de transtorno mental: contribuições para o cuidado de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, 37(3), 1–7, 2016.