E se...
- integralizablog
- 31 de jan.
- 2 min de leitura
Eu ainda estava no segundo ano, o internato ainda era o sonho (e continua sendo...), então, como quase todos os estudantes, costumava ir por conta própria ao hospital me aventurar e acompanhar algum médico. Logo, numa noite de quarta-feira, fui ao HUL, mais precisamente no pronto socorro de ortopedia. Dentre os diversos pacientes daquela noite, houve uma que não foi diferente dos demais. Tratava-se de uma queda de altura, de uma escada. Por conta desse acidente, essa senhora teve que ser levada ao HUL, pois estava com o tornozelo bastante edemaciado e com muita dor. Ao realizar o exame físico, percebeu-se que poderia se tratar de uma fratura, o que logo foi confirmado após uma radiografia. O que quase passou despercebido foi um pequeno ferimento que após uma análise minuciosa, notou-se que estava comunicando o local da fratura com o meio externo. Tratava-se de uma fratura exposta e o ideal seria levá-la ao centro cirúrgico para fixar aquela fratura. Entretanto, naquela noite havia apenas um ortopedista de plantão, então mesmo se tratando de uma fratura de simples fixação, não havia possibilidade de apenas um ortopedista realizar aquela cirurgia. Logo, o médico responsável manteve contato com o HUSE para tentar regular aquela paciente. A resposta que veio de lá foi de que haveria possibilidade de operar aquela paciente naquele mesmo dia. Então, não havia mais por que se preocupar, ela teria o tratamento adequado. Assim foi feito, ela foi conduzida para o HUSE e seguimos nossa noite no HUL. Tempos depois, fiquei sabendo através de familiares de um caso de uma mulher que acabara de falecer após ter “quebrado o pé”. Então, questionei sobre o caso e logo pude confirmar que se tratava dessa mesma mulher. Segundo os familiares, ela teria ficado vários dias esperando a cirurgia e teria adquirido uma infecção e que essa infecção teria “se espalhado” o que acabou culminando na morte dela. Como de se supor, fiquei bem abatido, me fiz várias perguntas... Era uma fratura de simples fixação...
E se o protocolo tivesse sido quebrado e o médico tivesse realizado aquela cirurgia? E se ela realmente tivesse sido operada assim que chegasse ao HUSE? E se?
Não estou afirmando que o ideal é quebrar os protocolos, talvez pudesse acontecer algo pior, mas não pude deixar de me questionar sobre isso.
Autor Anônimo
Pois é. E se...?