Dicussão: Frequentando uma UBS
- integralizablog
- 19 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Diante do relato feito por Erick, destaca-se uma ferramenta muito utilizada no Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP): o SOAP. Nesse contexto, esse método consiste na observação da Subjetividade (Relato feito pelo paciente), Objetividade (exame físico e documentos apresentados), Avaliação (realizada pelo médico) e Planejamento (estratégias de tratamento), auxiliando na descoberta de doenças associadas ao físico e ao psicológico do avaliado.
Frente ao contexto apresentado, o relator contribui para que esse método possa se expandir entre a área médica, visto que, compara a relação médico-paciente antes e depois do uso. Sob esse panorama, ao aplicar tais questões ao paciente, o profissional da saúde contribui para uma visão integrada do mesmo, o que fortifica a análise de doenças relacionadas e até a raiz de cada uma delas. Por exemplo, Erick utiliza esse método para relacionar duas doenças: a depressão (psicológica) com a obesidade (física).
Nessa circunstância, o relato deixa claro que, através da avaliação humana e da escuta ativa do médico, a relação entre a depressão e a obesidade é completamente notória. Na paciente, a sensação de solidão e do luto, que se unem à depressão, somam com a má alimentação e o sedentarismo, condicionando à obesidade e, consequentemente, tornando-a suscetível a diversas outras doenças derivadas, como a hipertensão e a diabetes.
Além disso, é importante destacar a necessidade constante do protagonismo da pessoa em toda extensão do seu atendimento. No caso do relato, a paciente sofre por não seguir o tratamento fornecido pelo médico, que mesmo retornando ao consultório, ainda apresenta dificuldades. Assim como a avaliada, muitas pessoas que são atendidas no Brasil resumem consultas a remédios e outros paliativos, e esquecem de buscar o autocuidado e, com isso, contribui para o desenvolvimento de outras doenças oportunas.
Portanto, vale repensar ambos os lados: tanto acerca do autocuidado do usuário atendido, que deve se atentar a sua conduta, quanto dos métodos de escuta pessoal utilizados pelos profissionais da saúde.
E você? É somente o profissional da saúde o responsável pelo sucesso / fracasso no tratamento de uma mudança de hábito? Será que tudo se resume ao uso de medicamentos? Será que saúde é estar bem momentaneamente?
Vale a reflexão!
Atenciosamente,
Equipe Editorial Integraliza.
A visão de integralidade , inclusive que é termo que identifica o objetivo do blog, nos leva a belas reflexões como essa que acabo de ler na discussão dessa narrativa.
Uma outra questão precisa ser avaliada e serve de reflexão também: como aplicar um SOAP respaldado no MCCP numa consulta que exige do profissional que seja feita em 15 min, não podendo passar de trinta, o que já seria considerado "luxo". Como deixar o paciente falar, se não temos tempo disponível para ouvi-los, como viver num sistema que tem professores defendendo essa abordagem, e o "sistema" exigindo outra conduta.
Requer sim que saibamos fazer escolhas corretas, àquelas que nos levará a chegar a décadas de exercício da profissão, e consigamos,…