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Discussão: A beleza de aprender a valorizar as pequenas coisas

  • integralizablog
  • 30 de jun. de 2023
  • 2 min de leitura
O oposto de falar não é escutar. O oposto de falar é esperar. Franz Lebovitz

O texto da semana nos relembra de uma importante ferramenta da prática clínica: a escuta ativa. Uma boa comunicação com o paciente é essencial na rotina do médico, e ainda, é o grande segredo de uma consulta que promove a satisfação do paciente com o atendimento.

Quando nos colocamos como ouvintes, é possível acolher os diversos pontos de vista do paciente, suas perspectivas e idiossincrasias. Favorecendo, assim, a identificação de elementos da história que se relacionam com fatores causais e/ou mantenedores do quadro, além da descrição temporal entre o surgimento da queixa e as mudanças no contexto da vida da pessoa. Os sentimentos e expectativas do paciente também são escutados, e ao final da consulta, relacionados com a elaboração de um plano terapêutico conjunto.

Assim, desaguamos em um tema que é muito bem discutido nas nossas aulas de Práticas de Ensino na Comunidade durante a faculdade: a importância de praticarmos o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP). O MCCP propõe quatro componentes que se complementam entre si:

(1) Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença;

(2); Entendendo a pessoa como um todo – o indivíduo, a família e o contexto;

(3). Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas;

(4) Intensificando a relação entre a pessoa e o médico;

A escuta ativa atravessa todos os componentes do MCCP, mas gostaria aqui de

chamar a atenção principalmente para o primeiro componente “Explorando a saúde,

a doença e a experiência da doença”, pois a história da doença, é também, a

história da pessoa. De acordo com o Tratado de Medicina de Família e Comunidade, partindo de uma pergunta aberta e deixando a pessoa falar sem interrupções por cerca de 2 minutos, obtém-se quase todas as informações necessárias para o manejo do paciente. Por isso, devemos saber ouvir. A fim de explorar a experiência da doença com mais objetividade, recomenda-se explorar as quatro dimensões designadas pelo acrônimo SIFE: Sentimentos da pessoa, Ideias sobre o que está errado, efeito da doença sobre seu Funcionamento de vida e suas Expectativas em relação ao médico.

É muito gratificante quando aprendemos medicina nas aulas e mais gratificante ainda, quando aprendemos no consultório escutando os nossos pacientes. Que saibamos todos a importância de valorizar as pequenas coisas da vida, os pequenos e grandes aprendizados, cada paciente, as nossas felicidades, histórias, os nossos amigos, a família, a saúde, o despertar, o dia, a vida.

Para finalizar a nossa discussão da semana, os convido a realizar uma breve leitura do Capítulo 15 do tratado de Medicina de Família e Comunidade para conhecer um pouco mais sobre o MCCP.


Equipe Editorial do Blog Integraliza


REFERÊNCIAS


GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p.


NESCON - Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais. O método clínico centrado na pessoa - um resumo. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3934.pdf. Acesso em: 28

jun. 2023.


 
 
 

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