Discussão: A oportunidade que tive com aquela batida na porta...
- integralizablog
- 1 de nov. de 2023
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"Humanizar se traduz, então, como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho." (Ministério da Saúde, 2013).
No relato “Oportunidade que tive com aquela batida na porta”, é possível observar como o caso de Maria (nome fictício da personagem entrevistada) é um exemplo essencial para a humanização entre médico-paciente, uma vez que esse tipo de atendimento encontra-se mais escasso no Brasil a cada ano que se passa. Sob esse panorama, percebe-se que a abordagem padronizada dos atendimentos médicos frente às questões biopsicossociais prejudica não só o sistema de saúde, como também a luta do paciente contra suas doenças.
Diante desse cenário, é importante se preocupar com a situação em que o Brasil se encontra, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado o país com maior índice de depressão da América Latina. Sob essa ótica, a falta de humanização médica, a exemplo da escassez de métodos de escutas ativas entre o profissional e o paciente, amplia o descuido e a negligência do país sobre essa doença. Nessa circunstância, temáticas como a de Maria chamam atenção, pois é através de diálogos e métodos ativos responsáveis por estabelecer a proximidade entre o grupo médico e os pacientes que se criam vínculos e uniões contra os diversos sintomas e sinais depressivos.
Portanto, na medicina, é inegável a soma do acompanhamento médico-paciente com o método humanizado no tratamento de situações não só como a de Maria, mas como em qualquer situação que envolva chamados de socorro, sejam eles ativamente ou silenciosamente, para que enfim o Brasil consiga cumprir criteriosamente o Artigo 196 da Constituição Federal de 1988:
“ A saúde é o direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Equipe editorial do Blog Integraliza
Referências
DESLANDES, Suely Ferreira. A humanização na assistência à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 561-571, jul./set. 2005.
MERHY, Emerson Elias; FEUERWERKER, Laura Camargo Macruz. Humanização: a essência da ação técnica e ética nas práticas de saúde. Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva, Brasília, v. 13, n. 2, p. 9-25, abr./jun. 2019.
MALTA, Deborah Carvalho; SÁ, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de; STOPA, Sheila Rizzato; PEREIRA, Cimar Azeredo; Szwarcwald, Célia Landmann; REIS, Arthur Chioro dos. Prevalência de depressão autorreferida no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2019 e 2013. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 23, e200006, 2020.
MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Márcia Britto de Macedo. Conceito e diagnóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 25, supl. 1, p. 2-6, abr. 2003.
Muita boa a discussão dessa narrativa. Os cursos precisam estarem mais atentos para formação humanística dos alunos. Nestas narrativas percebemos o olhar de cada aluno, e as discussões ampliam a visão e interpretação desses encontros entre o profissional/discente com os pacientes, mais que isso, permite observar a ressonância que existe nos encontros dos atendimento,s e o quanto aprendemos e nos autoconhecemos. .
Não achei o relato em sí... poderia me ajudar? Obrigado.