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Discussão: Há uma criança dentro de nós

  • integralizablog
  • 3 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

O relato de Giovanna nos traz um exemplo perfeito de atendimento clínico centrado na pessoa. O que, a princípio, parecia um atendimento “comum” transformou-se em uma lição de boa prática médica de atendimento “à pessoa” e não “ao paciente”.

Durante anos, acreditou-se que a comunicação médico-paciente praticada fosse a mais adequada, valorizando-se como bom profissional aquele que tivesse excelência do ponto de vista técnico. Entretanto, a boa qualidade da comunicação médico-paciente – entendida como uma escuta atenta pelo profissional ao considerar a pessoa em sua totalidade e inserida em seu contexto social/familiar, levando em conta medos, preocupações e aspectos psicológicos – é fundamental para a efetividade da consulta médica. Tal abordagem valoriza os desejos do paciente e o compartilhamento das decisões e responsabilidades, gerando satisfação imediata, o que influencia positivamente tanto a saúde emocional da pessoa quanto a resolução dos sintomas, com bons resultados de saúde em longo prazo. Para que essa comunicação seja eficaz e ocorra plenamente, é fundamental que o profissional da saúde desenvolva uma aptidão para a percepção dos dois aspectos da doença: o científico e o empírico.

A formação do estudante de Medicina compreende, dentre vários aspectos, a aquisição de competências e o contínuo desenvolvimento de habilidades de comunicação. Por conseguinte, o domínio destas competências favorece o desenvolvimento de atitudes que podem determinar como o estudante se posicionará frente às inúmeras situações profissionais em que terá que avaliar as escolhas, o comportamento e os sentimentos da pessoa. Ao se estimular a melhoria das habilidades de comunicação, permite-se ao estudante enxergar a pessoa além da doença, o que favorecerá sua atuação clínica voltada para a atenção integral à pessoa.

Infelizmente, o modelo biomédico de atendimento clínico, ou seja, com ênfase na doença, ainda predomina nos centros acadêmicos. Entretanto, a necessidade de abordagem mais humanística da pessoa tem adquirido importância crescente, promovendo reflexões acerca de qual deve ser o modelo de atendimento clínico praticado nas escolas médicas, humanizando a assistência à saúde da pessoa/família/comunidade e a formação de novos profissionais médicos.


Referências

Stewart M, Weston WW, McWhinney IR, McWilliam CL, Freeman TR, Meredith L, Brown JB. Medicina Centrada na Pessoa. Transformando o método clínico. 2.ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.

Ribeiro MMF, Amaral CFS. Patient-centered care and medical teaching: the importance of caring and sharing. Revista Brasileira de Educação Médica. 2008;32(1):90-97.

Rossi SR, Batista NA. O ensino da comunicação na graduação em Medicina — uma abordagem. Interface − Comunic., Saúde, Educ. Educ 2006;10(19):93-102.



 
 
 

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