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Discussão: O bem, o mal e o humano

  • integralizablog
  • 24 de jan. de 2022
  • 2 min de leitura

É preciso confiança. Construir confiança na relação com o paciente não é algo fácil de ensinar ou aprender no curso de medicina. Será que existe em alguma disciplina com o objetivo de aprendizagem “Aprender a fazer o paciente confiar em você”? Seria ótimo.

E se o autor do relato ao atender o paciente o julgasse negativamente? E se ao fazer esse julgamento interno transparecesse na comunicação não verbal (fáceis de reprovação, por exemplo)? Provavelmente seria só mais um paciente a receber medicação e ser dispensado, com toda a vida social, emocional, convivência e perspectivas anuladas e não valorizadas. E o que é pior, desvalorizadas por alguém que o paciente via como esperança de lhe ajudar.

Se não houvesse a confiança entre o autor do relato e o paciente que ele nos traz não seria possível a narração de toda a história de vida e sofrimento do paciente. E esta é só uma parte da história dele.

Médicos não são super-heróis. Nossas palavras, planejamentos de tratamento, algumas vezes são limitados. E também aos poucos aprendemos isso. A lidar com a frustração de “não poder fazer mais”. As vezes não é possível fazer o ideal, mas ao se esforçar para fazer o melhor possível, é uma grande atitude para o paciente e também para nós. Porque se eles se sentem melhores, nós também por ter-nos permitido ajudar.

O atendimento relatado mudou o julgamento do pai, da família do companheiro, a vida financeira do paciente? Não. Mas abriu portas para um plano de cuidado com mais chance de recuperação emocional do paciente. E a partir disso esperançarmos que ele construa uma vida cada vez melhor.

Este é um relato de grande valor. Pois desconstrói a quem lê, para reconstruir ensinando como olhar para o paciente não apenas objetivamente, mas com o olhar que todo médico deveria ter. O de permitir o paciente ser e de ter confiança no atendimento, bem como ensinando que nosso “fazer o possível” diante de tanta complexidade para chegar numa solução perfeita é quase sempre o melhor para o paciente e para o médico.


Equipe Editorial do Blog Integraliza.



Referências Bibliográficas:


Schimith, Maria Denise et al. Relações entre profissionais de saúde e usuários durante as práticas em saúde. Trabalho, Educação e Saúde [online]. 2011, v. 9, n.3, pp. 479-503. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1981-77462011000300008>.


Leite, AJM; Caprara, A; Coelho Filho, JM; Habilidades de Comunicação com Pacientes e Famílias. Editora Sarvier. São Paulo, 2007.


 
 
 

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