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Discussão: O propósito dos encontros

  • integralizablog
  • 23 de jun. de 2023
  • 2 min de leitura

Lendo o relato acima, a primeira coisa que nos chama atenção é a visão humanizada da estudante ao olhar para si mesma e para o outro. É importante se reconhecer como ser humano, com sentimentos e emoções, e ao mesmo tempo, olhar para o outro e, nesse momento, sentir as suas necessidades e procurar atendê-las. A autora faz isso muito bem.

Outro aspecto importante é a visão integrada do atendimento. Quando muitos poderiam focar nos problemas: tabagismo, história de infarto, dores pelo corpo etc, a autora vai além, tentando enxergar por trás do que é objetivo, procurando entender melhor o ser humano que está por trás dos problemas de saúde.

Inadequações na formação do profissional médico, no que concerne a um atendimento humanizado e às necessidades de saúde da população, há muito vêm sendo discutidas. O modelo de formação médica no Brasil foi influenciado pelas recomendações propostas por Abraham Flexner em seu relatório publicado nos Estados Unidos, no início do século XX, que imprimiu na formação características mecanicistas, biologicistas, individualizantes e de especialização da medicina.

No entanto, reconhece-se que,


para prestar uma atenção integral, o profissional médico necessita compreender melhor os determinantes do processo saúde-doença, para além dos aspectos biológicos de adoecimento das pessoas. 


É imprescindível também que sejam considerados os contextos social e psicológico dos usuários e da população, ou seja, é fundamental que haja uma ampliação do olhar, o que demanda mudanças na formação médica.

Pensar um médico com formação humanista, crítico e reflexivo, com habilidades e competências que lhe permitam atuar desde as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, capaz de utilizar ferramentas de abordagens individual, familiar e comunitária, demanda a inserção dele em cenários de práticas, em que ocorra o contato mais próximo com o indivíduo e seu contexto. Esse cenário é, sem dúvida, a Atenção Primária à Saúde (APS).

Além disso, é necessário que no curso de Medicina haja uma mudança do modelo hospitalocêntrico e biomédico da graduação para um modelo de atendimento centrado na pessoa. Porém, ainda há registro da falta de capacitação docente, estrutura física deficiente nas unidades de saúde, não integração do básico com o clínico, não valorização do SUS, além do olhar prioritário do estudante e de muitos docentes para a área especializada, e de uma estrutura curricular que predispõe à formação de especialistas.

Portanto, ainda há muito o que avançar se quisermos realmente formar médicos com o perfil que o Brasil e o mundo precisam.

Equipe Editorial do Blog Integraliza

REFERÊNCIAS:


Itikawa FA, Afonso DH, Rodrigues RD, Guimaraes MAM. Implantação de uma nova disciplina à luz das diretrizes curriculares no curso de graduação em Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rev Bras Educ Med. 2008;32(3):324-32 [acesso em 10 out 2020]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v32n3/v32n3a07.pdf.

 
 
 

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