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Discussão: Etiologia

  • integralizablog
  • 3 de abr.
  • 2 min de leitura

A autora relata que após a paralisação das atividades acadêmicas na pandemia do COVID-19 reiniciou um velho hábito, o da leitura.Há leituras que nos marcam e aquela apresentada pela autora a marcou, pois se tratava da temática violência doméstica. Os atravessamentos que alguns temas produzem em nós profissionais e futuros profissionais da saúde muitas das vezes ultrapassam o campo ideal, afinal, ao lidar com gente ficamos cara a cara com problemáticas sociais tal qual a violência doméstica. E nunca estamos preparados para tanto.


Nessa mesma linha ela relata o caso de uma paciente que ela e alguns colegas tiveram a oportunidade de atender em uma UBS. No decorrer do parágrafo adentramos à realidade da paciente que a princípio chegou com uma cefaleia contínua, mas ao não permanecerem presos ao modelo biomédico, conseguiram que ela contasse que sofria violência doméstica há 12 anos. A conexão é feita com a ficção lida pela autora e o impacto que causa na vida de quem sofre, quem presencia e quem escuta o relato. É muito doloroso ver que várias mulheres sofrem com isso, ao denunciarem como é o caso dela, não se sentem acolhidas e protegidas pelo Estado, a isso se junta o receio da concretização das muitas ameaças, elas se sentem como que presas em um limbo. Outro ser querido, os filhos, sofre as consequências psicológicas junto às mães nesse tipo de relação.


Por fim, quando atendemos um paciente o qual sua morbidade é provocada por fatores sociais, fica ainda mais notável a importância de entender o ser humano de forma holística. O Método Centrado na Pessoa nos guia para esse entendimento: entender não só a pessoa, mas a experiência da pessoa. Do que adianta remediar uma cefaleia quando a causa é a violência contínua a que é exposta essa mulher e sua criança? E preocupa saber que o modelo biomédico ainda é muito empreendido na prática clínica, apesar dos esforços em contrário, a paciente era atendida com a mesma queixa desde 2007, foi preciso tão somente estudantes com boa vontade e com olhar mais humano para chegar ao cerne do que realmente estava por trás daquela dor de cabeça. A mulher então foi devidamente encaminhada para proteção social e é pura e simplesmente da boa vontade, intervenção e responsabilidade para com os nossos pacientes do que eles precisam, muito mais que um fármaco, precisam de acolhimento.


Atenciosamente,

Equipe Editorial Integraliza.

 
 
 

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