Discussão: Eu teria a coragem dessa paciente?
- integralizablog
- 21 de fev.
- 1 min de leitura
Cuidar de alguém pode ser um ato de amor, mas até que ponto esse amor se transforma em sobrecarga? Como estudantes de medicina e futuros médicos, será que estamos atentos à saúde do cuidador?
Este relato traz dois aspectos importantes para a medicina: a dependência emocional de Helena em relação ao marido e a saúde de sua principal cuidadora, sua filha. No entanto, quero focar no segundo ponto, pois, embora o olhar dos profissionais de saúde se volte quase sempre para o paciente, raramente percebemos a rotina exaustiva e o desgaste emocional daqueles que assumem o papel de cuidar.
Na sociedade brasileira, é comum que a responsabilidade de cuidar dos pais adoentados recaia sobre as mulheres, especialmente as filhas. Muitas vezes, elas acabam negligenciando a própria identidade, deixando para trás o emprego, o relacionamento e até mesmo seus próprios filhos. Esse fenômeno é frequentemente normalizado pela crença de que “é natural da mulher o cuidado”, perpetuando uma sobrecarga invisível e silenciosa.
Como profissionais da saúde, precisamos ampliar nosso olhar para além do paciente, reconhecendo os sinais de exaustão no cuidador e oferecendo suporte. Perguntas simples, como “Como você está lidando com tudo isso?”, podem fazer toda a diferença. Além disso, é essencial orientar sobre redes de apoio e, quando necessário, encaminhar o cuidador à assistência social.
A humanização na medicina não deve se limitar ao paciente. Cuidar de quem cuida também é um ato de responsabilidade médica.
Atenciosamente,
Equipe editorial Integraliza!
Perfeita discussão, o olhar do paciente terminal ou com doença irreversível, e grave há décadas atrás , o medico se eximia e entregava as enfermeiras, com a especialidade dos cuidados paliativos, o processo de humanização na saúde , já vemos diferente. O cuidador também é negligenciado , mas numa abordagem sistêmica , o cuidador merece tanto cuidado com do paciente, pois na exaustão podem desencadear nele, problemas de saúde de forma aguda e graves. A ampliação do cuidado é preciso sim ser revisto na academia e formação do egressos da área de saúde.